Brain rot, ou “cérebro podre” em tradução literal, é um termo que descreve a deterioração mental ou intelectual resultante do consumo excessivo de conteúdos superficiais e pouco desafiadores, especialmente nas redes sociais.
Essa expressão foi eleita a palavra do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford, refletindo preocupações crescentes sobre o impacto negativo do consumo de informações de baixa qualidade na saúde mental.
Origem e Definição
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1854 por Henry David Thoreau em seu livro Walden, onde criticava a falta de valorização de ideias complexas e comparava o “brain rot” ao apodrecimento das batatas na Inglaterra (171 anos depois aqui estamos).
A definição moderna, segundo o Dicionário Oxford, refere-se à “suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de material considerado trivial ou pouco desafiador”.
Crescimento da Popularidade
A popularidade do termo aumentou significativamente, com um crescimento de 230% nas buscas entre 2023 e 2024. Esse aumento é atribuído à crescente preocupação com os efeitos adversos do conteúdo online de baixa qualidade.
Especialistas em saúde mental têm destacado sintomas associados ao brain rot, como dificuldade de concentração, perda de criatividade e desinteresse por atividades intelectualmente estimulantes.
Impactos Cognitivos
Pesquisas indicam que o consumo excessivo desse tipo de conteúdo pode levar a mudanças estruturais no cérebro, afetando a atenção, memória e outros processos cognitivos fundamentais.
Estudos mostram que essa sobrecarga informativa pode resultar em uma redução da matéria cinzenta e na diminuição da capacidade de atenção (se não usa, atrofia).
171 anos depois
O conceito de brain rot destaca a necessidade urgente de uma reflexão sobre nossos hábitos digitais e suas consequências para a saúde mental.
Para mitigar esses efeitos, especialistas recomendam limitar o tempo de tela, priorizar conteúdos educativos e engajar-se em atividades que estimulem o pensamento crítico e a criatividade.
Henry David Thoreau foi o primeiro a utilizar o termo brain rot em seu livro Walden, ou A Vida nos Bosques, publicado em 1854. Na obra, Thoreau critica a tendência da sociedade de priorizar ideias simples em detrimento de conceitos mais complexos e significativos. Ele argumenta que, enquanto a Inglaterra se esforçava para curar a praga da batata, não havia um esforço equivalente para tratar o que ele via como uma “praga do cérebro”, que considerava muito mais ampla e prejudicial.
Relação com a Crítica Social de Thoreau
- Superficialidade do Pensamento: Thoreau criticava a busca por soluções fáceis e o consumo de ideias rasas, que ele acreditava levariam à estagnação do pensamento. Essa crítica é ainda mais relevante hoje, em um contexto onde as redes sociais promovem conteúdos triviais e de fácil digestão, resultando em um fenômeno que muitos associam ao brain rot.
- Impacto da Tecnologia: A escolha do termo como palavra do ano pela Oxford University Press em 2024 reflete uma preocupação contemporânea com os efeitos da tecnologia na cognição humana. Thoreau, se estivesse vivo hoje, provavelmente veria nas redes sociais uma amplificação do “apodrecimento cerebral” que ele temia, com algoritmos priorizando conteúdos virais em vez de ideias desafiadoras.
- Autocrítica e Consciência: O uso atual do termo brain rot também sugere uma crescente autoconsciência entre as gerações mais jovens sobre os impactos negativos do consumo digital. Assim como Thoreau instigava seus contemporâneos a refletirem sobre suas vidas e hábitos, o conceito moderno convida à reflexão sobre como as interações digitais moldam nossa saúde mental e intelectual.
- Necessidade de Mudança: Thoreau defendia uma vida mais simples e conectada à natureza, enquanto o conceito de brain rot destaca a urgência de uma mudança nos hábitos digitais. A crítica social presente na obra de Thoreau ressoa com a necessidade atual de promover um consumo consciente e equilibrado dos conteúdos digitais.
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